10.22.2008

Do nada, sonhada. No meio do caminho.
Confusa, delirada sopra e soa, envolve forte e macia.
O que fazer o com resto do mundo?
Te conheci.
Você me olhou tão fundo e eu te olhei tão fundo. Renascemos dali.

10.18.2008

Àquele Instante


Ela disse - quer?
Ele disse- quando? 
Ela piscou: quando quiser.
Ele desviou o olhar: não sei...

De repente a pele virou fogo. Por debaixo do pano vermelho os olhos secos pelo calor dela petrificaram tudo a sua volta.
Agora o garoto sentia-se espalhado pelas montanhas, no peito as árvores que cresciam seus galhos pelo céu, confundindo o sim com as nuvens como qualquer possibilidade de glória aberta para o sol. E a sua frente a mais monumental obra prima da natureza na forma réptil de semi sorrir e felina de inclinar os olhos, que sempre que os fazia o deixava estático com um turbilhão de pensamentos desordenados indo e voltando, sem graças, dentro, do meio do corpo inteiro.

10.12.2008

Transmissão



óleo sobre tela
agosto/2008

10.02.2008

Ele Não Conseguia

Era uma sutil provocação da natureza... o encontro de forças opostas revelados de tal desconcertante maneira. Ancestral, pele escura, selvagem, crua, sisuda. Dorso de barro de mulher egípcia. Olhos fundos, sugestivos, quadrados de moldura grossa. Geométrica, linhas compridas, objetivas. Marcam seu caminho por longos fios. Retos. Magreza européia, natural também, mais acostumada com o civilizado, de montanhas frias, café com leite e calça skinny. O que me matava é que toda vez que ela me olhava ficava ainda mais bonita. Ainda estou enebriado da idéia dela ter ficado me olhando por todos aqueles minutos, em diversos momentos do outro lado do auditório. Focada por meus olhos, com esforço, atrás de imensas cabeças pretas, paredes me obstruindo a vista; sua graça ofuscava. E era tão insustentável suportar sua beleza de volta... assim me esforçava, mas meus olhos me jogam para frente demais.
Não devia ser permitido encarar labios pulsantes e não poder apunhalá-los até o sangue. É sub humano.