9.11.2006

Morrer de Amor


Não quero mais andar por entre vultos, nesses dias escuros, feitos de sombras encolhidas. A vida.

Essa que você me encobriu, com todo desdém, antes de ir embora.

Mas que injustiça a sua, me deixar assim bem na hora do pulo! E meu impulso? Caiu todo sem graça, tropeçando na inércia feito criança!

Você me largou perdida, confusa, ainda anestesiada de paixão recém-descorbeta, nessa vida cinza de olhos rasos.


Me falta ar... me falta andar de peito aberto. É que quando você foi, foi tão sagaz que me arranhou o coração e saiu correndo tão depressa para que eu só percebesse depois que você já estivesse longe o suficiente pra não me ouvir o grito.

Meu coração escorre, estou fraca, perdendo sangue, preciso de água e, apenas a sua me hidrata, apenas a sua água.

Eu penso alto em você todos os dias, será que você me não escuta? Mas já não me basta mais pensar. Eu te quero no cheiro, no chão!

Ah, sua mão!

Na atmosfera desconhecida e mesmo assim, aconchegantemente quente, mistura de magia e amor de mãe, mergulhada em seus olhos eu parecia me embriagar na sua beleza. Virei escrava do seu vício.

Que a esperança me salve, pois a lucidez já me desafia e, um dia desses, o amor me mata.

4 comentários:

Anônimo disse...

...como tudo tem uma primeira vez..
curti! :D

Diana Motta disse...

...E não há amor como o primeiro amor, que é puro e verdadeiro.

Lóri disse...

"E meu impulso? Caiu todo sem graça, tropeçando na inércia feito criança!"
Você não tem noção de como eu já me senti assim, pelo fato do meu impulso durar pouco, frequentemente ele cai sem graça...poucas pessoas são capazes de se utilizar dele quando ele ainda está vivo.
love lu!

Anônimo disse...

Fugi, sai andando sem olhar pra trás, a rua me atravessava, e eu não olhava, não escutava não via...
dentro de mim uma menina chorava e gritava...esperneava feito uma criança, era a minha criança...que em prantos me xingavo por ter abandonado o sonho.....