12.05.2008

Falar que nao devo me arrepender as vezes me faz pensar e arrepender. Entao queria falar mais e pensar nas coisas que me arrependo para digeri-las até o fim. O corpo guarda. Então lembro-me, caminho, gasto arrependimentos apertando e exprimindo até não sobrar nada; a marca fica por fora. Quando sento-me aqui ja nao tenho mais aquele pensamento presente de antes porque mudei mas acabo voltando para a mesma primeira reação involutária, que geralmente só eu sei que tive, sempre?
Ser atemporal, para deixar passar sem ficar, não sei mais o que estava aqui antes, esqueci, já mudei. Qual é o ponto disso tudo? Não me faz sentido, vou parar de pensar.

12.01.2008



the night holder

11.28.2008

Ciúme

" Se não viesse comigo, se fosse livre, eu teria imaginado e com razão todas aquelas mulheres como objetos possíveis, prováveis, do seu desejo, do seu prazer. Aparecer-me-iam todas como aquelas dançarinas que, num bailado diabólico, representando as Tentações para uma criatura, lançam as suas flechas ao coração de outra criatura. Midinettes, moças, atrizes, como eu as teria odiado! Objeto de horror, seriam excluídas por mim da beleza do universo. A servidão dele, permitindo-me não sofrer por causa delas, restituía-as à beleza do mundo. Inofensivas, privadas do aguilhão que põe no coração o ciúme, era-me consentido admirá-las, afagá-las com o olhar, em outro dia mais intimamente talvez. Prendendo ele comigo, restituíra eu ao universo todas aquelas asas cintilantes que zumbem nos passeios, nos bailes, nos teatros, e que voltavam a ser tentadoras para mim, porque já não podiam sucumbir à tentação. São elas que dão beleza ao mundo. Foram elas que em outro tempo, deram beleza à ele. "

M.P.

11.24.2008

11.19.2008

Any Part Of You



Little town houses, military green, navy blue sun blinds, clearly pure no brands view. Square places, basketball and hoquey. Mobile phone is a friend and citizen too. Local people play in water fountains, the sun is lighting the plazas. The movies are a free time option. Kids slide toy scooters crossing together happy sunny people. Bright strawberries fruit stand; books, yellowish used pages, hippie, slack-inspired street art along the sidewalk. Retro, stylish clothing. Black and white Marilyn Monroe posters. Free people, sounds like Jazz.
Moreover, town houses, young crowd. Yellow taxis cut the streets like raindrops in a storm. People crossing over little dogs. French bulldogs, chiwawas. Magazines, images, music: brands. 14st. More crowded, person packed, large buildings, bicycles welcome, brick stone relevant occupancy. Classical post war edification, charming gothic Church, nostalgic constructions inspiring me the past when I didn’t exist. Big department stores, venues; older, mid-aged people.
Non personal environment. Seldom Parking Lots, they are here. Ceasing edifices, local stores, mini asian owner shops, delis. Glasses above reflecting other buildings façade, windows floating among the skies. Brick glasses. W32 Out people. Waves of long skyline shapes. Super models obsession. Irresistible objects of desire. Enormous model faces. A catwalk being watched by the big bosses buildings.
Horizon ahead. Bank, green view, bench square, library in the garden. Declare your style. Vote for Fashion. It seems the new, the different, fits in here. The colors may match, complementary or analog, each with its own feeling. Grey façade. Yards, dark square glasses, tiny people. Offices, day job, power, concrete wildness, working people. Little dark glasses coming up reflecting sun rays. Lights, hot dog stands, stairs, street fair. Art sculptures share the air. Gentle reminders of the other side.
Hotels, tourists. Bicycles, imponent horses, red wagons. Oasis urging its place. A place to breath, a place to forget, a place to remember. Children, green pathways, they all want to gaze the garden. benches, mountain tops. Ice cream parlor. Sunday walk in the park, Central Park. Picnic with birds singing the worship to nature. The silver globe, the center of the universe. Serendipity.
Smaller, redish, orange buildings taking a tan outside with saccades. Shapes of sun on the sidewalk brightens the shades of the green island among the highway. Outdoor food places – more local people. They chat, eat, each one with its own individuality that borders them from one another – the sky is highly above, confronting us.
Traffic. Beautiful Sunday dresses. Better people versus cars? Trees still, people sitting on benches looking at the sun, people taking a walk around like there’s no other day in life. They walk with no such destination as if they were in the middle of the hot, infinite desert. The movies. Neighbors atmosphere, residential buildings – sharing stress, sharing rooms, sharing breath – fancy classical castles. From here you can see the edges of the island, the river at left, the heart at right. Quilty atmosphere, flower places old lady caring her cart. Empty streets, gorgeous cathedral, grass watches the park follows the street. People standing on the grass, park avenues, the cars are driven under and between the trees, poor grass, so strange feeling. The machine talking to nature, they react together, here they share the same purpose: the passage.
Little trendy retro cars parked on the streets and rollerblades, looks more like a forgotten secret jungle. The trees and the water meet, they seem happy to be close to each other and create the continuous life cycle. Families come here, because they also represent the embodied full cycle and feel identified inside it. Stunning column monument – I don’t know what is it about, but it’s placement already amazed me. It must be very imposing to worth it. Trees all around. The park follows the street all the way. Up and down crossing streets, water fountains, magic forest; blue butterflies and fairies.
I seem unhanding, corrupting the clear and strong pureness with the choleric concrete virus, bad blood running its veins. Here I am, in the middle of the jungle, crossing it, within it.
Children play happy in the amusement park. Green reigns this place, here is enormous, is freedom. Big blocks of grass for people to gather and do nothing. Asian excursion.
The bridge bounding it’s separate organs, the water surrounds the city like a shield. Dispersed buildings. African American – local stores; food market; hostile faces. Smaller city inside another – a miniature city. A town cut in half buildings. Big calling earrings, hats, concealing top of the head; for it looks tougher. Fabrics floating in the wind, colorful lots of little gadgets hanging out of little stores. Awkward air, market shopping bags hanging small buildings. Fluor greenish browns, carts, bags, purses, shinny yellow plastic balls, old leather shoes, trinkets, flower stamped skirts, bananas, potatoes, necklaces, pink candy bars. Village atmosphere; awnings segregate spaces in between, latin singer posters, colored towels, blanquettes.
I see Liberty in the sun.

11.09.2008

11.08.2008

Quando o contrário da alegria é insuportável, ela se traz de volta, fazendo-nos rir por falta de alternativa. Seria otimista demais da minha parte pensar que é por isso, então, que as pessoas ficam felizes com a infelicidade dos outros? Ou seria por medo da própria projetada nela? Não sei... as vezes também acho que as pessoas são bem más. Mas são pois foram privadas de fazer outra coisa que lhes despertasse mais alegria do que assistir a falta de alegria dos outros. Ou ser humano é assim egoísta mesmo, tem que ter mais alegria que o outro? Não sei... as vezes também acho que a alegria do outro contagia a alegria do outro e no fim é mais alegria. Mas é que tem o outro e o "outro". Sabe, né? O outro que esta do seu lado, que só vai te trazer mais alegria, e o "outro". No fim você ta pensando na sua alegria denovo. A gente tem medo da gente ficar pior que eles. E se a gente fosse todo mundo? A gente ia querer ter a alegria do outro que nos causava alegria e ele também vai querer a nossa. Alegria para ninguém.

10.22.2008

Do nada, sonhada. No meio do caminho.
Confusa, delirada sopra e soa, envolve forte e macia.
O que fazer o com resto do mundo?
Te conheci.
Você me olhou tão fundo e eu te olhei tão fundo. Renascemos dali.

10.18.2008

Àquele Instante


Ela disse - quer?
Ele disse- quando? 
Ela piscou: quando quiser.
Ele desviou o olhar: não sei...

De repente a pele virou fogo. Por debaixo do pano vermelho os olhos secos pelo calor dela petrificaram tudo a sua volta.
Agora o garoto sentia-se espalhado pelas montanhas, no peito as árvores que cresciam seus galhos pelo céu, confundindo o sim com as nuvens como qualquer possibilidade de glória aberta para o sol. E a sua frente a mais monumental obra prima da natureza na forma réptil de semi sorrir e felina de inclinar os olhos, que sempre que os fazia o deixava estático com um turbilhão de pensamentos desordenados indo e voltando, sem graças, dentro, do meio do corpo inteiro.

10.12.2008

Transmissão



óleo sobre tela
agosto/2008

10.02.2008

Ele Não Conseguia

Era uma sutil provocação da natureza... o encontro de forças opostas revelados de tal desconcertante maneira. Ancestral, pele escura, selvagem, crua, sisuda. Dorso de barro de mulher egípcia. Olhos fundos, sugestivos, quadrados de moldura grossa. Geométrica, linhas compridas, objetivas. Marcam seu caminho por longos fios. Retos. Magreza européia, natural também, mais acostumada com o civilizado, de montanhas frias, café com leite e calça skinny. O que me matava é que toda vez que ela me olhava ficava ainda mais bonita. Ainda estou enebriado da idéia dela ter ficado me olhando por todos aqueles minutos, em diversos momentos do outro lado do auditório. Focada por meus olhos, com esforço, atrás de imensas cabeças pretas, paredes me obstruindo a vista; sua graça ofuscava. E era tão insustentável suportar sua beleza de volta... assim me esforçava, mas meus olhos me jogam para frente demais.
Não devia ser permitido encarar labios pulsantes e não poder apunhalá-los até o sangue. É sub humano.

9.30.2008

eu queria te dizer pra seguir teu caminho que hei de cantar nos pássaros os caminhos mais bonitos, assobios doces de harmonia, nessa dança que te conduzo há de dançar sozinho sob a melodia que te toca. e eu te vejo daqui de longe, sempre atenta a suas escolhas... quando a inspiração transborda eu volto para rodar contigo. Há de haver o tempo certo. tudo tem seu tempo certo. e eu jogo o tabuleiro da minha vida pra cima, as peças se espalham mas caem devolta. Só se encaixam aonde cabem. Novos lugares, chances, ameaças. Solo desconhecido, há vista para o infinito. eu te conduzo, eu te protejo. nao esqueça, meu amor de porcelana, você é artefato precioso, delicado e sensivel. eu não te forço senão quebras, te deixo livre radiar sua beleza melancólica. é tocante a sua face, de leite puro. eu te mordo pra ter um pedacinho seu, quero te engolir para ter um pedaço seu dentro mim. te digerir e absorver suas vitaminas no meu sangue pra sempre. minha luz mágica.

9.20.2008

Aurora


550.

"Conhecimento e beleza. - Se as pesssoas, que como sempre fizeram, guardam sua reverência e seu sentimento de felicidade para obras de imaginação e dissimulação, não deve surpreender que se achem frias e desanimadas ante o oposto da imaginação e dissimulação. O deleite que já vem com o mínimo passo ou progresso seguro e definitivo na compreensão, que da ciência atual já emana abundantemente e para tantos - nesse deleite não acreditam, no momento, todos aqueles que se acostumaram a deleitar-se apenas abandonando a realidade, saltando nas profundezas da aparência. Eles pensam que a realidade é feia: mas não acham que o conhecimento até da realidade mais feia seja belo, nem que quem sabe muito esteja bem longe, enfim, de achar feio o imenso conjunto da realidade, cuja descoberta sempre lhe deu felicidade. Existe, então, algo "belo em si"? A felicidade do homem que conhece aumenta a beleza do mundo e torna mais ensolarado tudo o que há; o conhecimento põe sua beleza não só em torno das coisas, mas, com o tempo, nas coisas; - que a humanidade vindoura dê testemunho dessa afirmação!"

9.11.2008

Crítica

Me foi dada a tarefa de criticar. No instante em que nasci a lua estava no signo de virgem, e o mesmo racional e chato, nascendo no horizonte à essa hora. Sim, cada um tem a sua função (mesmo que esta seja função alguma, acontece) em suas devidas áreas da vida, menos ou mais. Pois bem, eu tenho mais, já que fui agraciada com a signo que busca, utopicamente, a perfeição em meu jeito de agir e sentir. Mas imagine você, um mundo em que todos fazem o que querem do jeito que querem e ninguém comentasse, julgasse ou criticasse? Seria opressor demais. 
Discutir é saudável.
 Quem faz o que quer também escuta o que não quer. Hoje temos cada vez mais rápido meios por onde expor nossas idéias, através por exemplo, desse blog, como tantas outras mídias do mundo moderno sem, graças a deus, vínculos burocráticos. Cada um fala o que quer para quem quiser ouvir através de uma vasta gama de interfaces para se comunicar. É a liberdade de expressão alcançando seu potencial. Eu acho isso mais bom que ruim, e não perderei tempo falando do lado ruim.
O lado bom seria que essa ferramenta me dá (e te dá também, crítico, jornalista, médico, professor, palhaço e você que não entende muito bem a pergunta "o que você é?") a possibilidade de compartilhar meus pensamentos quentes sentidos de maneira meticulosa e crítica, sobre o que observo à minha volta; afim de algo maior, coletivo. A discussão, sim, a interação e o contato com outras maneiras de pensar, a possibilidade de entender o outro lado, pensar estando do lado de fora da caixa. A partir disso, eu me descubro e me realizo. Eu sou assim. Perceba você, que eu provoco, eu desafio, mas é para crescermos juntos. Nunca se sabe quem ganha, mas com uma boa troca de idéias com certeza ninguém sairá perdendo. Penso que muita gente não me entende, e até vejo por quais caminhos chegaram até aí. Mas esses caminhos estão longe da saída do labirinto. Seria bonito que o rancor e o ódio, que sentimos quando nos falta algo, fossem cada vez mais substituídos pelo amor. Uma boa discussão também é regida por amor e ódio, é tão instintivo do ser humano e tão animal ao mesmo tempo. Esses sentimentos complementares, o bem e o mal, moram cada um em uma extremidade de nosso corpo; porém, se olharmos para o lado oposto, veremos eles juntinhos, um no final outro no começo da curva. 
Todavia, lembre-se, só vale a pena brigar com quem tem algo a te acrescentar, de outra maneira, não se desgaste, meu bem; é preciso saber selecionar.
Só sofre à quem serviu a carapuça. Até então, tenho me divertido um bocado.

9.08.2008



it seems that everybody here is thinking about somebody else
... and it's best if we all keep this under our heads

9.07.2008



a ventura que come toda a minha fome

"Why is it that the most direct indicator of self-conciousness combined with rational, abstract cognition, seems to be the capacity for horror, and how is it the case that this condition can only be signified aesthetically through its embodiment in a victim? Most perplexingly - the 'monsters', exert such an attraction upon self-concious beings that they violate not only their victims but also the boundaries of their own genre, ultimately to become not only figures of fun and fantasy, and occasionally figures of awe and wonder in the frequent cases of religions of the monstrous or terrible, but even the role-models which provide for some not only scapist pleasure, but a guide for life?"

Sieg
Infinite Regress

9.04.2008

Ode ao Bode

Booooooooooode
dos que falam por muitas bocas
bode de quem fala coisas desnecessárias só para mostrar aos outros que tem algo à dizer
bode dos que falam demasiado sobre assuntos desinteressantes
bode dos prolixos
bode de quem ri de tudo
bode de quem sempre faz piadas sem graça
bode de quem faz piadas de mau gosto
bode de quem finge que não percebe
bode de quem compreende o que quero dizer e responde ao contrário por necessidade de atitude
BODE DOS SUBMISSOS
bode de quem não sabe elogiar os outros
bode de quem tem que diminuir os outros para se sentir maior
bode dos mau amados
bode dos falsos
bode dos rasos
bode de quem não sabe oq está falando, e fala com PROPRIEDADE
bode de quem acha que tem que saber tudo
bode de quem tem medo de ser si mesmo
bode de quem disfarça que não se acha
bode de quem me cumprimenta amorosamente e me despede sem mal olhar na cara 
bode dos hipócritas
bode dos religiosos moralistas e auto punidores
bode de quem não sabe pedir desculpa
bode de quem não aceita desculpas

BODE DO ORGULHOSO BURRO

O bode me distancia cada vez mais da carne ruim! Graças!

9.01.2008

Advindo Escondido


Desfoque reconhecível;
Enjoativo insaciável;
Altero previsível;
Mutante repetido;
Distante e nítido:

Eu não faço sentido.

8.26.2008

Voz à Natureza

" Também me parece que a palavra mais grosseira, a carta mais grosseira, ainda é a mais bondosa, mais honesta do que o silêncio. Àqueles que silenciam quase sempre lhes falta algo em fineza e polidez de coração; silenciar é uma objeção, engolir sapos faz, irremediavelmente, um mau caráter - e inclusive estraga o estômago... Todos aqueles que silenciam são dispépticos. - Vede bem, eu não pretendo ver a grosseria sendo desprezada, ela é, de longe, a forma mais humana de objeção e, em meio a suavização moderna, uma das nossas maiores virtudes. Se a gente é rico o suficiente, é até mesmo uma ventura não ter razão. Um deus, que viesse à terra, por certo não haveria de fazer nada a não ser injustiças - tomar não o castigo, mas sim a culpa sobre as coisas, isso é que seria divino."

amém

The End Is Always Near


lápis grafite - 2003

8.15.2008

Mulher Sombra

Oi, eu sou a mulher sombra
vivo atrás do meu companheiro
não tenho luz própria, só apareço quando reflito ele
só me sinto digna quando estou comprometida com um homem
assim, eu penso pelos pensamentos dele, uso o raciocínio dele
conto as piadas dele, enxergo pelos olhos dele, respiro ele
que as vezes eu me perco, nem me percebo... será que alguém percebe?
sem ele eu nao sou nada, com ele, eu sou ele.
me sinto vazia se estou sozinha, preciso do meu homem para me sentir alguma coisa,
eu sei, eu sei.... nao devia me submeter à uma posição submissa, inexpressiva
as mulher sao inferiores ao homem?
sem um homem importante do meu lado eu nao posso viver
vivo as custas da popularidade e fama do meu namorado
assim eu me mostro, assim eu me sinto segura
meu homem, meu macho, branco e forte, vai controlar o mundo
controla tambem meus anseios, me arrasta pela coleira
mas eu não ligo
eu preciso de um homem senão não sobrevivo.

8.04.2008

Eu, de mentira.

é bom que exista
me insista
(para ver como me escapo)
gosto quando duvida
me critica
(para ver como me provo)
adoro como me priva
me desafia
(para ver como me saio)
quero que me assista
me exprima
(para ver como me torno)
acende os palcos da minha vida
e me deixa ser de mentira

7.30.2008

A Prisioneira



"Fisicamente, mudara também. Seus longos olhos azuis - mais alongados - não tinham guardado a mesma forma; continuavam sim da mesma cor, mas pareciam ter passado ao estado líquido. A tal ponto que, quando os fechava, era como quando com cortinas se impede de ver o mar."

(de quem iluminou meus pensamentos à quem iluminou minha vida)

7.29.2008

Recado para você e todos

eu quero que se foda sua precaução medrosa, quero que ela queime no inferno. E QUE ARDA!
porque sim, eu sei, a vingança é um prato que se come frio, mas mesmo assim prefiro a mais cruel das justiças. ninguém mandou você fazer oque quis, voce nem se ofereceu para me ajudar, nem perguntou como eu estava, e sabe? isso nao se faz... eu nao aceito. acima de tudo sou humana e sei que todos (ou a maioria) também são. Entao vem cá que eu vou te explicar uma coisa, que ja era para terem te ensinado logo que nasceu mas parece que você nao entendeu: AS PESSOAS, PRIMORDIALMENTE, QUEREM AMAR E SE SENTIR AMADAS. sacou? isso é uma lei universal, nao é muito difícil reconhecer pq, né? depois que eu trouxe essa simplicidade para minha vida, entre outras coisas, até minha pele ficou melhor. recomendo!
Mas vamos lá, é muito dificil voce se dar? deve ser. Viu, a gente nao fica menor por se importar e dar carinho aos outros, nao mesmo, pelo contrário, isso só te faz maior, JURO!
Eu sou idealista mas, em poucos aspectos. é difícil algo me desconsertar, mas eu tenho um botão de emergência e ele nunca pode ser apertado. voce apertou, agora, meu bem, já pode sair correndo que o trem sem freio ta vindo logo atrás, e rápido! Corra, corra bastante, pode correr, vai...
sabe pq? pq uma hora voce vai cansar, é, e ai eu te alcanço. você virá com seu escudo blindado e eu, com minhas plumas vermelhas. vou te fazer cócegas e involuntarimente voce vai soltar sua arma. e vai rir. eu vou rir junto. pq eu vou te fazer perceber a imensa maravilha que é gostar de alguém, e esse te gostar de volta puramente. é o amor livre, é leve, queria que voce conhecesse. mas ele, como qualquer coisa que nao se faz sozinho, não é de mão única, ta? ação e reação, lembra? Compaixão, eu sei, parece palavra bíblica empalhada e fora de uso, fora da moda. mas, Deus do céu, me permite estar fora da moda nesse caso, sim? COMPAIXÃO! isso voce e todo mundo deveria ter! pq tudo é tão inseguro hoje em dia... e a gente tem que se adaptar a isso. mesmo? eu não consigo! acho horrível não poder confiar nas pessoas, acho feio a inveja calada (a descarada nem tanto, mas dá medo), acho a morte o desamparo. A gente pode se ajudar, é tão bonito. Confia em mim?

7.22.2008

vaidade medo de ser feliz bolha de sabao viciante vaidade maiores historias de amor acabam em separacao felicidade iminencia de catastofre conquistas ativam sensacao de medo da felicidade é auto destrutivo medo da felicidade e sabotagem

7.10.2008

Surpresa

queria escrever sobre voce, mas nao te conheço. sei de teus olhos grandes e fortes que olham por dentro, seguros de si, cercando por toda a volta quando me vêem. da imponente entrada triunfal de primeira dama da novela, a sustancia de asas abertas de seus ombros brilhantes. pernas e braços em longos encantos que se firmam como as letras do seu nome. Da sua delicadeza jovial adornada por dedos brutalmente esguios, que se curvam em escudos batidos e promessas de amor selvagem. (e de pensar nisso tudo, eu, mulher feita, tive medo e nao consegui dormir...) Sei também da sua voz vacilante quando me falou ao telefone. das palavras que fogem e das que não querem te deixar em paz. e dos seus nao dizeres tive mais certezas, e das suas falhas nos tornamos mais próximas e nuas diante da total inexperiencia com o encantamento não catalogado que nos acometia. de teu porte autoritário, intrometido e risonho. declarações sujas e diretas que me desestabilizam. Suas mentiras mal projetadas o pescoço nao escondia. mas é muito aérea.... chega quando já fui embora... vai, volta e nao avisa.... deus sabe se um dia voará tão longe pra não voltar mais... te prenderia uma coleira de diamantes incrustrados, te enlaçava em fios de ouro no poste da minha esquina. mas voce nao sobreviveria....
se voasse aqui em cima veria melhor. e se me convidasse para voar junto, eu ia.
"desire's raison d'être is not to realize its goal, to find full satisfaction, but to reproduce itself as desire."

6.29.2008

Todas as boas palavras estão pálidas de exaustão.
Flores, lua, lábios, olhos.

6.19.2008

a gente sabe mais quando sente de dentro, uma leveza aguda do outro lado onde os outros somos nós, onde as idéias se encontram. o espaço sem tempo onde tudo é permitido, onde voce é voce mesmo e reconhece seu destino, e seu destino vaga solto, caminhando sem rumo encontra com outros e formam um só, entrelaçados em suas proprias almas complexas e raras que se deixam raiar umas mais que as outras, mas todas se tocam lá, formando todo o céu. mas la, la tudo esta dito, dito e puro, mas é uma pureza de nao fazer sentido, é o instante eterno e intocável. olhamos, entramos e nao vemos mais matéria, somos o sopro da zarabatana de deus, nos avisando que estamos vivos. la a gente se encontra, e la a gente sabe sem querer saber porque.

4.22.2008

À Caminho de St Moritz


"Os cumes das montanhas se vêem uns aos outros. Os vales e as planícies que estão sob a sua sombra, ao contrário, nada sabem uns dos outros, embora vivam em geral no mesmo nível".

3.25.2008

Não preciso ser mais se souberes que somos iguais mas, nao queira medir forças comigo que hei de quebrar suas pernas, e o quanto mais alto tiveres que subir, acompanhando-me, maior será sua queda!
Fica a dica.

3.24.2008

Dia da Caça

Encontrava-se microscópica aos seus próprios olhos.
Naquela noite de vermes mortos no corredor escuro, tudo ficara grande de ínfimos detalhes. Cheiro de voz muda - ela sentia.
Maria não tomava cuidado com seus próprios desejos, muito menos os media na hora de deseja-los. Como pudera ser ladina em sua intensidade, ela não entendia.
Quando o impulso é deveras vivo - necessário saber, também sobre a morte.
Advenças da vida levaram-na à ver de longe, ser de longe. à viver em cima mas à descer breve (a fome da vida; não era leve).
Maria tinha espírito de águia, olhos profundos de horizonte quando era do universo; atentos de sal quando era da terra.
Palavra, asfixiou-se em sua própria diligência. Soprava suas forças para encher os outros, queria agradar, mas sutilmente esvaziava-se de si mesma. Há alguns meses vem sentindo-se mal, dor de cabeça e enjôo - indisposição essa que a acompanha sempre em dias internos - deu-se conta que havia um buraco em seu corpo, o vazio no coração; era a ânsia de sentir-se. Não obstante, sentia uma imediata e estranha compaixão - prefirível dizer compaixão à pena, a primeira que chega de frente a outra, de baixo, mas frequentemente elas se cruzam no caminho - pelos homens e mulheres simples que conhecia. Isso tornava-a tão presente - a compaixão, não a pena, que por sua vez tornava-a impotente e alerta da injustiça no mundo, doia-lhe a alma. Esses momentos eram tão mais humanos quanto a maioria do resto de seu dia. Eram irmãos, todos, ela precisava cuidar deles. Era preciso adverti-los, era impreecindível diverti-los, e extremamente abençoado era senti-los e compreende-los. No íntimo ela queria, juntamente, ser compreendida sem ter de explicar-se. as palavras lhe eram tão trancadas, mas pareciam saltar pelos olhos. Por isso a simplicidade lhe era amiga, traduzia seus olhos como um dialeto conhecido. Se de tanto que se dava, era de se esperar de volta, esperava.

3.20.2008

música mais linda

Quero ficar no teu corpo
Feito tatuagem
Que é prá te dar coragem
Prá seguir viagem
Quando a noite vem...

E também prá me perpetuar
Em tua escrava
Que você pega, esfrega
Nega, mas não lava...

Quero brincar no teu corpo
Feito bailarina
Que logo se alucina
Salta e te ilumina
Quando a noite vem...

E nos músculos exaustos
Do teu braço
Repousar frouxa, murcha
Farta, morta de cansaço...

Quero pesar feito cruz
Nas tuas costas
Que te retalha em postas
Mas no fundo gostas
Quando a noite vem...

Quero ser a cicatriz
Risonha e corrosiva
Marcada a frio
Ferro e fogo
Em carne viva...

Corações de mãe, arpões
Sereias e serpentes
Que te rabiscam
O corpo todo
Mas não sentes...


* do Chico, claro.

3.14.2008

Além Homem

": carrancudo, sombrio, soberbo e altivo; ultimamente (ou talvez bem antes) anda cismado e hipocondríaco. É magnânimo e bom. Não gosta de externar seus sentimentos e antes prefere uma crueldade a fazer falar o coração. Às vezes, porém, não tem nada de hipocondríaco, mas é simplismente frio e insensível até a desumanidade, palavra, como se nele se alternassem dois caracteres opostos. Às vezes é terrivelmente taciturno! Nunca tem tempo para nada, tudo o atrapalha, mas vive deitado sem fazer nada. Não faz galhofa, e não porque lhe falte graça, mas é como se não lhe restasse tempo para semelhantes futilidades. Não houve até o fim o que os outros falam. Nunca se interessa pelo que todos os outros estão interessados em dado momento. Tem um conceito terrivelmente alto de si mesmo e, parece, não deixa de ter certo direito quanto a isso."

3.12.2008

heartless



lábios comprimidos, olhar inflamado

3.04.2008

Sophie Podolsky

"... os cabelos do sol também são as minhas mãos"... Talvez tivesse sido isso aquilo que ele construiu na sua vida.
"Pertenceu a este mundo e esta linguagem de poetas de um crepúsculo tão dourado por formas tão difíceis de habitar por dentro".

2.22.2008

diante de tal palavra tornei-me muda de surpresa e suspendi o grito para poder calá-la. como se ao deixar vibrar e soar por todo ar limpo, silencioso, a mais penetrante das vozes; seu impacto ponte-agudo seguisse obtusamente rumo ao inexistente rebate apaziguador, (aquele por não se querer escutar, por saber do absurdo que é dar ouvidos à nossa fraqueza; contudo, a reação quente do outro que apaga nosso som) E por não encontra-lo, o abismo se apresenta como uma grande platéia, que a pode ouvir ecoar junto a mim. Sem rumo, ela se escuta, se nega, se enxerga e se entende. me entende. e se cala.

1.28.2008

By that time that i couldn't understand
the orange and green by the wide dawn
that i could be the air, i could go deeper and speed the wind
thus we stand so free by the endless sky and be so bold as the falling leave
they could land or fly across me, and i would feel the connection
By that time that I spoke with the bird and he told to stand still and, occasionally, start it all over again
Because I am one and we are two, alone I can only be what I do and being is so free because it can be with you
By that I could feel all inside me, as growing alive beyond my body and piercing and flowing inside you
the way your ether confuses me so brightly and blinding to clarify the though and cease my will
Fatefully I stood out the other side, unbreakable stone made of embracing tiny flakes of mirror sand