10.20.2006

a contradição de extremos desce rasgando meu impulso, a música depois que se aprende a letra, que esquece seu ar despretensioso e cândido e perde seu misterioso gosto de não se fazer entender, pelo simples fato de se negar à procurar interpretações para o inefável. Se torna tão mais clara quanto um dia se pode pintar uma nuvem em branco, fica pálida, carne mastigada, deveras tátil e opaca. Decadência repentina. Ela sempre esteve lá, sempre fora a mesma exceto interpretações vindas de novas referências vigentes cotidianas e, há quando digo aquelas vindas da quina, acanhadas de exposição que me biliscam e confortam, a curto prazo. De qualquer maneira sua atmosfera não será mais excitante, é descartável como qualquer paixão mesquinha; quando acaba a gente não reconhece mais como filha, não consegue entender como um dia possa ter nascido, de dentro de nós.